quinta-feira, março 30, 2006

Leilão insólito.

Porque é que alguém quereria leiloar um charuto meio fumado com 56 anos de idade? E mais estranho ainda, porque que é que alguém compraria esse charuto?!!
Talvez por ter sido fumado por Winston Churchill. O antigo Primeiro Ministro de Inglaterra do tempo da II Guerra Mundial, estava preste a fazer um discurso quando lhe pediram para apagar o seu inseparável companheiro. O ilustre assim o fez e entregou o restante a um criado que estava junto a ele. Os familiares deste criado vão agora leiloar o dito em Abril.
Alguém está interessado?

Spa... de cerveja!

Banhos de chocolate? Feito... Lama? "Been there"... Desde vinho até algas, passando por leite, já tudo foi utilizado em tratamentos dos "tão na moda" spas. Agora é a vez do banho de cerveja chegar ao mundo dos tratamentos de beleza.
A Chodovar Family Brewery, em Chdova Plana, na República Checa, transformou a cave das suas instalações num spa. As novas instalações oferecem banhos de cerveja, massagens com cerveja e cosméticos de cerveja.
E ainda temos um bar, onde podemos beber uma cerveja enquanto estamos mergulhados em cerveja!
Para verdadeiros apreciadores... Agora os benefícios para a saúde...

Design ou arte?

Voltando aos posts, após um curto afastamento voluntário, venho mostrar este site de uma companhia de design de mobiliário simplesmente fantástica. Uma verdadeira arte. A simpliciadade aliada ao um elevado sentido estético. E com materiais amigos do Ambiente...
Como eu gostava de ser capaz de fazer isto...

terça-feira, março 21, 2006

Ser homem é:

- Sentir a dor física de uma bolada nos tomates;
- A tortura de ter de usar fato e gravata no Verão;
- O suplício de fazer a barba todos os dias;
- O desespero das cuecas apertadas;
- A loucura que é fingir indiferença diante de uma mulher sem soutien;
- A loucura de resistir olhar para umas pernas com uma mini-saia;
- Ir à praia e resistir olhar para aquele mulherão que está deitada ao lado;
- Viver sob o permanente risco de ter de andar à porrada;
- Vigiar o grelhador no churrasco ao fim de semana, enquanto todos se divertem;
- Ter sempre de resolver os problemas do carro;
- Ter de reparar na roupa nova dela;
- Ter de reparar que ela mudou de perfume;
- Ter de reparar que ela mudou a tinta do cabelo de Imedia 713 para 731 loiro/bege;
- Ter de reparar que ela cortou o cabelo, mesmo que seja só 1cm;
- Ter de jamais reparar que ela está com um pouco de celulite;
- Ter de jamais dizer que ela engordou, mesmo que seja a pura verdade;
- Desviar os olhos do decote da secretária, que se faz distraída e deixa a blusa desabotoada até ao umbigo;
- Ter a obrigação de ser um atleta sexual;
- Ter a suspeita de que ela, com todos aqueles suspiros e gemidos, só está a tentar incentivar-nos;
- Ouvir um NÃO, virar para o lado conformado e dormir, apesar da vontade de partir o quarto todo e fazer um escândalo;
- Ter de ouvi-la dizer que está sem roupa, quando o problema é onde colocar novos armários para guardar mais roupa;
- Ter de almoçar aos domingos na casa dos sogros, discutir política com aquele velho reaça, tratar bem os sobrinhos, controlar-se para não olhar para o decote da irmã dela e não arrear um arraial de porrada ao irmão dela, sacana do caraças que vem sempre pedir dinheiro emprestado.
Depois elas ainda acham que é fácil, só porque NÃO TEMOS O PERÍODO!!!....
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Best of George Bush Jr.

"Eu gostaria de ter estudado latim. Assim eu poderia comunicar melhor com o povo da América Latina."
"A grande maioria de nossas importações vem de fora do país."
"Se não tivermos sucesso, corremos o risco de fracassarmos."
"O Holocausto foi um período obsceno na História da nossa Nação. Quero dizer, na História deste século. Mas todos vivemos neste século. Eu não vivi nesse século."
"Uma palavra resume provavelmente a responsabilidade de qualquer governante. E essa palavra é 'estar preparado'."
"Eu tenho feito bons julgamentos no passado. Eu tenho feito bons julgamentos no futuro."
"Eu não sou parte do problema. Eu sou Republicano."
"O futuro será melhor amanhã."
"Nós vamos ter o povo americano mais educado do mundo."
"Eu mantenho todas as declarações erradas que fiz."
"Nós temos um firme compromisso com a NATO. Nós fazemos parte da NATO. Nós temos um firme compromisso com a Europa. Nós fazemos parte da Europa."
"Um número baixo de votantes é uma indicação de que menos pessoas estão a votar."
"Nós estamos preparados para qualquer imprevisto que possa ocorrer ou não."
"Para a NASA, o espaço ainda é alta prioridade."
"O povo americano não quer saber de nenhuma declaração errada que George Bush possa fazer ou não."
"Não é a poluição que está prejudicando o meio-ambiente. São as impurezas no ar e na água que fazem isso."
"É tempo para a raça humana entrar no sistema solar."
George W. Bush, Jr.

Respostas inteligentes para perguntas ainda mais inteligentes!

Perguntas Parvas ... Respostas Inteligentes!

Fui à loja comprar veneno para ratos.
- Tem veneno para ratos?
- Sim! Quer levar?
- Não, vou trazer os ratos para comerem aqui !!!

Fui ao banco para levantar um cheque. O senhor perguntou:
- Vai levar em dinheiro
Respondi:
- Não!!!!! Dê-me antes em clips, borrachas, apara-lápis

Estou abraçado à minha mulher e entramos num bar romântico.
O empregado pergunta:
- Mesa para dois?
-Não, mesa para quatro! Duas cadeiras são para apoiar os pés!

Depois pego no livro de cheques e numa caneta.
E o empregado pergunta:
- Vai pagar com cheque?
- Não, vou fazer um poema nesta folhinha.

Entro no elevador de um prédio, depois de deixar o carro na garagem.
Um senhor pergunta:
- Vai subir?
- Não, vou para os lados!!!!

Estou a fumar um cigarro quando um amigo pergunta:
- Ora, ora! Mas tu fumas?
- Não, eu gosto de bronzear os pulmões.

Quando voltei da margem do rio com um balde cheio de peixes o meu amigo pergunta:
- Pescaste esses peixes todos?
- Não! Estes são peixes suicidas que se afogaram no meu balde.

Estava um edifício a arder, e todos corriam para a saída de emergência.
Perguntaram-me:
- É um incêndio?
- Não, é a minha mulher a assar sardinhas!!!!!!

Estou na fila dos bilhetes para o cinema. A senhora pergunta-me:
- Quer um bilhete?
- Não, eu meti-me na fila só para ver onde isto ia dar...

Simplesmente lindo! A não perder!

Já viram como os filmes estão cada vez maiores?! Quem tem tempo para estar mais de duas horas a ver um filme?! Se querem saber tudo sobre os últimos filmes, vão a
É lindo! Dê uma olhadela e chorem a rir...

A especificidade do corno...

CORNO DESCONFIADO
Um sujeito chega a casa, abre a porta e encontra a mulher de rabo pró ar a limpar o chão... e ela está vestida apenas com um avental! O traseiro nu e balançado deixa-o excitado e ele nem hesita: baixa as calças e... explode num orgasmo mas, de seguida, dá uma surra na mulher. Ela fica revoltada:
- Tás maluco ou quê? Deixo-te comer sem dizer nada e ainda me bates? Posso saber ao menos porquê?
Ele olha-a com ar zangado e responde:
- Nem te viraste para ver quem era!
CORNO INGÉNUO
Ao chegar mais cedo a casa, o marido encontra a mulher na cama, nua e ofegante.
- O que foi, querida? Não estás bem?
- É um ataque do coração!
Ao ouvir isso, o marido corre feito louco ao telefone para chamar a ambulância. Enquanto tenta ligar, o filho chega perto e diz:
- Pai, está um homem nu na casa de banho.
Ele vai até lá, abre a porta e dá de cara com o melhor amigo! Fica indignado:
- Pelo amor de Deus, Ricardo. A Fátima a ter um enfarte e tu aí em pelota a assustar as crianças!
CORNO DISTRAÍDO
O marido chega a casa e fica surpreso ao encontrar a mulher deitada na cama completamente nua.
- O que aconteceu, Clarice?
- Nada, é que nenhum dos meus vestidos é confortável e estão todos velhos!
- Como?? diz o marido, abrindo o armário. Ainda na semana passada compraste três modelos! E olha este vermelho, o azul, o estampado, o cinza-claro, o Ricardo, o verde...
CORNO PRAGMÁTICO
Ele chega de surpresa e encontra a mulher na cama com outro! O marido nem quis saber de nada, sacou logo do revólver.
- Por amor de>Deus! - Interrompeu a mulher. - Então não sabes quem pagou aquela dívida do banco? E o apartamento na praia? E o carro novo?
- Por acaso foi você? - Perguntou o marido, dirigindo-se ao outro.
- Fui eu mesmo! - Concordou o amante.
- Então, faca o favor de se tapar, que eu não quero ninguém constipado na minha cama!
CORNO INVISÍVEL
Ele chega mais cedo do trabalho e encontra a mulher na cama com o seu melhor amigo:
- Sandra! Ricardo! Como foram capazes de me fazer uma coisa dessas? Tu, Sandra, a quem sempre fui fiel durante todos estes anos. E tu, Ricardo, a quem ajudei nos momentos mais difíceis e... VOCÊS NÃO SE IMPORTAM DE PARAR UM BOCADO E PRESTAR ATENÇÃO AO QUE ESTOU A DIZER??

Humor feminino.

Um homem estava a estrelar um ovo, quando a sua mulher entrou em casa e comecou a gritar: - ATENÇÃO!!! ATENÇÃO!!! MAIS ÓLEO!!! PRECISAMOS DE MAIS ÓLEO!!!! VAI-SE QUEIMAR... ATENÇÃO!!! VIRA, VIRA, VIRA... VÁ!!! CUIDADO!!! 'TÁS MALUCO!!! VAIS ENTORNAR O ÓLEO!!! OH, MEU DEUS, O SAL!!! NÃO TE ESQUEÇAS DO SAL!!!
O marido, já muito enervado com aquela gritaria toda, pergunta à mulher:
- Porque é que estás a gritar dessa maneira?!? Achas que eu não sou capaz de estrelar um ovo???A
mulher responde calmamente:
- É só para tu teres uma ideia de como é ir a conduzir o automóvel contigo ao lado...

Miguel Sousa Tavares no seu melhor!

O cerco JÁ FALTOU mais para que um dia destes tenha de passar à clandestinidade ou, no mínimo, tenha de me enfiar em casa a viver os meus vícios secretos.
Tenho um catálogo deles e todos me parecem ameaçados: sou heterossexual « full time»; fumo, incluindo charutos; bebo; como coisas como pezinhos de coentrada, joaquinzinhos fritos e tordos em vinha d'alhos; vibro com o futebol; jogo cartas, quando arranjo três parceiros para o « bridge» ou quando, de dois em dois anos, passo à porta de um casino e me apetece jogar «black-jack».
Não troco por quase nada uma caçada às perdizes entre amigos; acho a tourada um espectáculo deslumbrante, embora não perceba nada do assunto; gosto de ir à pesca «ao corrido» e daquela luta de morte com o peixe, em que ele não quer vir para bordo e eu não quero que ele se solte do anzol.
Acredito que as pessoas valem pelo seu mérito próprio e que quem tem valor acaba fatalmente por se impor, e por isso sou contra as quotas; deixei de acreditar que o Estado deva gastar os recursos dos contribuintes a tentar «reintegrar» as «minorias» instaladas na assistência pública, como os ciganos, os drogados, os artistas de várias especialidades ou os desempregados profissionais.
Sou agnóstico (ou ateu, conforme preferirem) e cada vez mais militantemente, à medida que vou constatando a actualidade crescente da velha sentença de Marx de que «a religião é o ópio dos povos»; formado em direito, tornei-me descrente da lei e da justiça, das suas minudências e espertezas e da sua falta de objectividade social, e hoje acredito apenas em três fontes legítimas de lei: a natureza, a liberdade e o bom senso. ~
Trogloditas como eu vivem cada vez mais a coberto da sua trincheira, numa batalha de retaguarda contra um exército heterogéneo de moralistas diversos: os profetas do politicamente correcto, os fanáticos religiosos de todos os credos e confissões, os fascistas da saúde, os vigilantes dos bons costumes ou os arautos das ditaduras «alternativas» ou «fracturantes».
Se eu digo que nada tenho contra os casamentos homossexuais, mas que, quanto à adopção, sou contra porque ninguém tem o direito de presumir a vontade «alternativa» de uma criança, chamam-me homofóbico (e o Parlamento Europeu acaba de votar uma resolução contra esse flagelo, que, como está à vista, varre a Europa inteira).
E a uma senhora que anteontem se indignava no «Público» porque detectou um sorriso condescendente do dr. Souto Moura perante a intervenção de uma deputada, na inquirição sobre escutas na Assembleia da República, eu disser que também escutei a intervenção da deputada com um sorriso condescendente, não por ela ser mulher mas por ser notoriamente incompetente para a função, ela responder-me-ia de certeza que eu sou «machista» e jamais aceitaria que lhe invertesse a tese: que o problema não é aquela deputada ser mulher, o problema é aquela mulher ser deputada.
Se eu tentar explicar por que razão a caça civilizada é um acto natural, chamam-me assassino dos pobres animaizinhos, sem sequer quererem perceber que os animaizinhos só existem porque há quem os crie, quem os cace e quem os coma.
Se eu chego a Lisboa, como me aconteceu há dias, e, a vinte quilómetros de distância num céu límpido, vejo uma impressionante nuvem de poluição sobre a cidade, vão-me dizer que o que incomoda verdadeiramente é o fumo do meu cigarro, e até já em Espanha e Itália, os meus países mais queridos, tenho de fumar envergonhadamente à porta dos bares e restaurantes, como um cão tinhoso.
Enfim, se eu escrever velho em vez de «idoso», drogado em vez de « tóxicodependente», cego em vez de «invisual», preso em vez de «recluso» ou impotente em vez de «portador de disfunção eréctil», vou ser adoptado nas escolas do país como exemplo do vocabulário que não se deve usar. Vou confessar tudo, vou abrir o peito às balas: estou a ficar farto desta gente, deste cerco de vigilantes da opinião e da moral, deste exército de eunucos intelectuais.
Agora vêm-nos com esta história dos «cartoons» sobre Maomé saídos num jornal dinamarquês. Ao princípio a coisa não teve qualquer importância: um «fait-divers» na vida da liberdade de imprensa num país democrático. Mas assim que o incidente foi crescendo e que os grandes exportadores de petróleo, com a Arábia Saudita à cabeça, começaram a exigir desculpas de Estado e a ameaçar com represálias ao comércio e às relações económicas e diplomáticas, as opiniões públicas assustaram-se, os governantes europeus meteram a viola da liberdade de imprensa ao saco e a srª comissária europeia para os Direitos Humanos (!) anunciou um inquérito para apurar eventuais sintomas de «racismo» ou de «intolerância religiosa» nos «cartoons» profanos. Eis aonde se chega na estrada do politicamente correcto: a intolerância religiosa não é de quem quer proibir os « cartoons», mas de quem os publica!
A Dinamarca não tem petróleo, mas é um dos países mais civilizados do mundo.
Tem um verdadeiro Estado Social, uma sociedade aberta que pratica a igualdade de direitos a todos os níveis, respeita todas as crenças, protege todas as minorias, defende o cidadão contra os abusos do Estado e a liberdade contra os poderosos, socorre os doentes e os velhos, ajuda os desfavorecidos, acolhe os exilados, repudia as mordomias do poder, cobra impostos a todos os ricos, sem excepção, e distribui pelos pobres.

A Arábia Saudita tem petróleo e pouco mais: é um país onde as mulheres estão excluídas dos direitos, onde a lei e o Estado se confundem com a religião, onde uma oligarquia corrupta e ostentatória divide entre si o grosso das receitas do petróleo, onde uma polícia de costumes varre as ruas em busca de sinais de «imoralidade» privada, onde os condenados são enforcados em praça pública, os ladrões decepados e as «adúlteras» apedrejadas em nome de um código moral escrito há quase seiscentos anos. E a Dinamarca tem de pedir desculpas à Arábia Saudita por ser como é e por acreditar nos valores em que acredita?
Eu não teria escrito nem publicado «cartoons» a troçar com Maomé ou com a Nossa Senhora de Fátima. Porque respeito as crenças e a sensibilidade religiosa dos outros, por mais absurdas que elas me possam parecer. Mas no meu código de valores - que é o da liberdade - não proíbo que outros o façam, porque a falta de gosto ou de sensibilidade também têm a liberdade de existir.
E depois as pessoas escolhem o que adoptar. É essa a grande diferença: seguramente que vai haver quem pegue neste meu texto e o deite ao lixo, indignado. É o seu direito. Mas censurá-lo previamente, como alguns seguramente gostariam, isso não.
É por isso que eu, que todavia sou um apaixonado pelo mundo árabe e islâmico, quanto toca ao essencial, sou europeu - graças a Deus. Pelo menos, enquanto nos deixarem ser e tivermos orgulho e vontade em continuar a ser a sociedade da liberdade e da tolerância.
Miguel Sousa Tavares no "Expresso" de 4 de Fevereiro de 2006

quarta-feira, março 15, 2006

Cesário Verde e a sua Lisboa oitocentista: uma leitura de "Num Bairro Moderno"

Que Cesário Verde foi um poeta pouco reconhecido pelos seus pares já nós sabemos. Também sabemos que, apesar de não ter tido o devido reconhecimento, Cesário foi um dos mais importantes poetas da segunda geração realista.
De facto, o génio literário de Verde não foi reconhecido pelos intervenientes do mundo literário da sua época, mas a sua influência começou a ser particularmente notada na poesia do final do século XIX e a acentuar-se ainda mais no século XX. Poetas como António Nobre, Camilo Pessanha, Mário de Sá-Carneiro, António Nobre e até Fernando Pessoa são confessos admiradores do estilo de Cesário Verde.
A sua poesia resistiu à indiferença e hoje assume-se como um marco da literatura portuguesa.
Cesário Verde foi testemunha fiel de uma época em que a Humanidade assistiu à maior revolução económica de todos os tempos. Essa época viu nascer a grande indústria e viu formar-se a alta burguesia. Essa era a época da Lisboa oitocentista. A Lisboa de Cesário era uma pequena cidade à escala europeia, com cerca de duzentos mil habitantes, insalubre e desconfortável. A água fornecida era insuficiente e os esgotos apenas chegavam a uma pequena parte da cidade, amontoado-se pelas ruas os dejectos. As doenças como a tuberculose, a cólera ou a febre amarela lavravam em surtos. Tudo isso está reflectido na poesia de Cesário Verde.
Um dos poemas que melhor reflecte as deambulações do poeta pela cidade é o poema “Num Bairro Moderno” . Neste poema, o poeta de Lisboa por excelência leva-nos com ele e mostra-nos a cidade e as suas múltiplas faces.
Situando temporalmente as cenas apresentadas: “...Dez horas da manhã...”, no caminho para o emprego, atravessando um bairro moderno, com a sua “...larga rua macadamizada...”, as casas apalaçadas e os jardins com as suas fontes; nesta deambulação o sujeito poético encontra uma vendedeira “...esgadelhada, feia...”, com a seu cabaz de legumes, que é humilhada por um criado, de mesma condição social que ela mas com um sentimento de superioridade bem marcado.
Os legumes que a rapariga vende servem de ponto de partida para uma construção antropomórfica de um ser belo e artístico: “... se eu transformasse os simples vegetais... num ser humano que se mova e exista / Cheio de belas proporções carnais?!”. A partir daí, assistimos a uma transfiguração em que de uma melancia surge uma cabeça, de uns repolhos nascem “...seios injectados...”, de cachos de uva brilham os olhos e onde as negras azeitonas são “... tranças de um cabelo que se ajeite...”.
Assistimos aqui ao jogo do real e do irreal onde os estímulos da circunstância, do momento invocam o que não está presente, não existe. Os legumes e as hortaliças lembram um corpo que não está lá.
A descrição do espaço envolvente faz-se não pela componente física do mesmo, mas sim pelas personagens que o habitam. Ou seja, a estrutura narrativa dos poemas de Cesário é constítuida por acções protagonizadas por agentes / actores. Essas personagens e os seus sentimentos marcam não só a componente espacial da poesia mas também a componente temporal da mesma. É através do desfilar das personagens que avançamos no tempo, quer seja ao longo do dia quer seja numa unidade temporal maior. Ao avançarmos no tempo avançamos obrigatoriamente no espaço, pois este binómio não é dissociável.
O poeta Cesário é um espectador da realidade que o rodeio, mas um espectador atento e com um olhar dissecador. As suas séries de adjectivos ajudam-nos a delimitar os contornos de uma imagem que de outra maneira seria deveras turva: “... sangue na ginja vívida, escarlate...”, “... dedos hirtos, rubros...”. O papel de espectador não o faz alhear-se da realidade que o rodeia e tenta contribuir para aliviar o sofrimento: “... acerquei-me dela, sem desprezo... nós levantámos todo aquele peso...”. O tema da mulher oprimida é marcante na poesia de Cesário. O poeta identifica-se e nutre compaixão pela mulher resignada, vítima da opressão da sociedade, humilhada. De facto, podemos verificar em muitos poemas do poeta que este toma partido pelos desfavorecidos, pelos injustiçados, pelos marginalizados e glorifica a força física e a pujança características do povo trabalhador.
Cesário é possuidor de uma técnica quase cinematográfica, em que partimos de um plano chegado, que foca pormenores particulares e que se vai abrindo lentamente até nos mostrar uma imagem completa do é suposto vermos. A exploração do espaço é feita através de sucessivas deambulações, numa perspectiva de câmara de filmar, em que se vão fixando diversos planos. É uma espécie de olhar fragmentário, reflectindo o passeio obsessivo pela cidade. Apesar de se notar que estamos perante uma espécie de “poesia errante”, o olhar do transeunte é extremamente selectivo. O mais pequeno, trivial e despercebido dos pormenores, ao passar pela lente de Cesário, adquire uma complexidade e uma grandiosidade e torna-se objecto de reflexão e fonte de inspiração. O cabaz de hortaliças ganha beleza e sentido.
Enquadrado nessa estética de Cesário, um dos elementos que desempenha um importante papel é a luz. Todo o envolvimento é composto de luminosidade e cor. Destacam-se as “...brancuras quentes...” que ferem a vista; o sol com os “...seus raios de laranja destilada...”; a “...janela azul...”; o “...xadrez marmóreo duma escada...”; o “sangue na ginja vívida, escarlate...”; entre outros quadros coloridos. Podemos encontrar um certo contraste entre as cores claras e as cores escura, em que diferentes pontos de incidência da luz, valorizam de maneira distinta os objectos.
Estes efeitos de luz são perfeitamente captados pelo poeta e utilizados para fazer ressaltar a visão objectiva das formas mas sem desprezar a visão subjectiva das mesmas.
A linguagem de Cesário não precisa de recorrer a floreios linguísticos para tratar o meio envolvente. A sua linguagem é simples, comum no bom sentido da palavra, coerente e ao mesmo tempo apresenta uma multiplicidade de sentidos fabulosa. A adjectivação (simples e dupla) e a comparação são utilizadas com mestria, demostrando tanto o real retractado como a subjectividade imprimida pelo poeta; e as várias sinestesias mostram-nos as diversas percepções do real, transmitindo sugestões e impressões do mesmo.
Podemos dizer que o poeta tenta captar as impressões deixadas pelos objectos através do sentidos. Ver é perceber o que se esconde na realidade, é captar as impressões que as que as coisas lhe deixam, percepcionando minuciosamente o real através dos sentidos e reflectindo a impressão que o exterior marca no interior do poeta.
Pela sua originalidade e constante contemporaniedade, podemos dizer que a poesia de Cesário marcou, marca e continuará a marcar a literatura portuguesa. Através do seu olhar é-nos possível apreender um mundo que já não está ao nosso alcance mas que se mantêm vivo na poesia de Cesário. Uma poesia extraída do real, do quotidiano, sem recusar as suas faces mais corriqueiras.

quinta-feira, março 09, 2006

Publicidade ou arte? Muito de ambas!









Jornal escocês diz que Benfica é Espanhol!!!

O jornal escocês The Herald noticiou que o Liverpool foi eliminado pelo Benfica, uma equipa de Espanha!!!

Pena que já tenha emendado o erro e não dê para ver...

http://www.maisfutebol.iol.pt/noticia.php?id=656049&div_id=1456

quarta-feira, março 08, 2006

Boa, Benfica...

O Benfica passou! Vamos ver quem se segue...

PSV
0-5
Lyon

Bayern
2-5
Milan

Benfica
3-0
Liverpool

Real Madrid
0-1
Arsenal

Chelsea
2-3
Barcelona

Rangers
3-3
Villarreal (ag)

Bremen
4-4
Juventus (ag)

Ajax
-
Internazionale

terça-feira, março 07, 2006

Humor de gripe

Publicidade marota...

A relação entre a publicidade e o sexo é muito estreita. Afinal, o sexo vende...


Modernices...




Quando a cabeça não tem juízo, o cachorro é que paga!

Coitados cachorros. Não têm culpa dos donos que têm...
Resquícios carnavalescos...




quarta-feira, março 01, 2006

Carta de uma mulher que abandona o marido. E resposta...

Querido

Estou a escrever esta carta para dizer que te vou deixar para sempre.
Fui uma boa mulher para ti durante sete anos e não tenho nada a provar.
As duas semanas passadas foram um inferno.
O teu chefe chamou-me para dizer que te tinhas demitido e isto foi a última gota.
Na semana passada, chegaste a casa e não notaste que eu tinha um novo penteado e tinha ido à manicure. Cozinheia tua refeição preferida e até usei uma nova langerie. Chegaste a casa, comeste em dois minutos e foste dormir depois de ver o jogo.
Não me dizes que me amas, nunca mais fizemos sexo. Ou me estás a enganar ou já não me amas mais, seja qual for o caso, vou-te deixar.

P.S. Se me quiseres encontrar, desiste. O teu IRMÃO e eu vamos viajar para as Bahamas e casar!

A tua Ex-mulher

Querida ex-mulher

Nada me fez mais feliz do que ler a tua carta.
É verdade que estivemos casados durante sete anos, mas dizeres que foste uma boa mulher é exagerar. Vejo futebol para tentar não te ouvir a resmungar a toda a hora. Assim não valia a pena. Realmente reparei que tinhas um novo penteado na semana passada,a primeira coisa que me veio à cabeça foi "Pareces um homem!"
Mas a minha mãe sempre me disse para não dizer nada que não fosse bonito.
Quando cozinhaste a minha refeição preferida, deves ter confundido com a do MEU IRMÃO, porque deixei de comer porco há sete anos.
Fui dormir porque reparei que a lingerie ainda tinha a etiqueta do preço. Rezei que fosse uma coincidência o meu irmão ter-me pedido emprestado 50€ e a lingerie ter custado 49.99€.
Depois de tudo disto, eu ainda te amava e senti que podemos resolver os nossos problemas. Assim quando descobri que eu tinha ganho o Euromilhões, deixei o meu emprego e comprei dois bilhetes de avião para a Jamaica.
Mas quando cheguei em casa já tinhas ido. Tudo acontece por alguma razão. Espero que tenhas a vida que sempre sonhaste.
O meu advogado disse-me que devido à carta que escreveste, não vais ter direito a nada. Portanto cuida-te.

P.S. Não sei se eu alguma vez te disse isto mas o Carlos, o meu irmão, nasceu Carla. Espero que isto não seja um problema.

Assinado: Milionário e Solteiro

Moral da história: os acontecimentos têm uma explicação!

O PORTISTA, O LISBOETA E O GÉNIO DA LÂMPADA...

Um Tripeiro e um Lisboeta caminhavam pela praia, quando um deles deu um chuto numa lâmpada mágica, e despertou o génio do sonho milenar.
O génio bradou então:
- Cada um de vocês tem direito a um pedido.
Lisboeta:
- Eu quero que seja construído um muro em redor de Lisboa, impedindo a entrada dos tripeiros. Não precisamos de aguentar esses gajos e outros menos capacitados do que nós, (até porque somos a capital!!)
Génio
- O seu desejo e uma ordem, meu amo...
ZÁS...
E o muro foi construído...
Génio
- E tu, Tripeiro, o que desejas?
Tripeiro:
- Oubelá, ó morcón, o muro que construíste é sólido?
Génio:
- Nada neste planeta o pode destruir.
Tripeiro:
- E é alto?
Génio:
- Mais alto que a torre Vasco da Gama ou mesmo maior que os mais altos edifícios em toda Lisboa
Tripeiro:
- Ó meu, tasse bem, enche-me isso de água até cima!!!!

Uma mentira é uma mentira...

Um indivíduo entra na casa de lotarias e pergunta à empregada que está ao balcão:
- Olhe, estou com vontade de jogar mas não sei que números hei-de escolher... Não pode dar-me uma ajudinha?
- Claro - responde ela -, vamos lá... por exemplo: diga-me quantas vezes você já viajou de avião?
- 4 vezes.
- Perfeito, agora diga-me quanto filhos você tem?
- 2.
- Óptimo, quantos livros você leu este ano?
- 5 livros.
- Certo, agora diga-me com que frequência você faz amor com a sua mulher?
- Caramba, isso é uma coisa muito pessoal, não acha? - diz ele.
- Mas você não quer ganhar a lotaria?
- Está bem... 2 vezes por mês.
- Bom... agora que já temos confiança um com o outro... diga-me quantas vezes é que você já levou no cú?
- Qual é a sua? - Sou muito macho!!!
- Tudo bem, não fique chateado... então zero vezes. Com isso já temos o número 42520.
O indivíduo compra o jogo e, no dia seguinte, a primeira coisa que faz é conferir o número com a lista de prémios no jornal. Verifica então que o número ganhador é o 42521. Cheio de raiva, comenta:
- Porra!!! Por causa de uma mentirinha não estou milionário!!!

O nosso cérebro é fabuloso!

Vê se consegues decifrar isto:

UM D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314.
3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45.
QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4.
4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0, M45 C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0.
C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40:
G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R.
M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R!!
S0 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 C4R1NH0.
0 R3570 3 F3170 D3 4R314.